domingo, 11 de dezembro de 2022

Sei lá


 Eu não sei o que é um Blog, nunca escrevi em um e confesso que também nunca li.

Sei lá, eu precisava de um lugar para escrever, está escuro e por isso não posso usar o meio convencional de papel e lápis (Sim, só uso caneta quando realmente necessário. E danem-se as psicanalises, o motivo é que gosto da ponta fina do grafite. E não, não vou gastar uma fortuna numa caneta super cara sendo que tenho meu conforto perfeito em algo baratinho e acessível). Ta vendo porquê preciso escrever? Minha mente não para um segundo, fico divagando por horas e mais horas.

A real? Nem lembro o que planejava ser meu assunto principal, eu só precisava desabafar, mas como meu pato de pelúcia está dormindo e o coitadinho já está cansado de me ouvir... vim pro notebook.

Eu poderia ter usado o word, como sempre fiz, mas meu pacote office venceu. então que se dane também, bora compartilhar pensamentos de adolescente em crise como faz a geração moderna... apesar de não ser tão velha assim, não curto muito modernidades. Mas cá estamos, falando pro mundo da minha existência.

Sei lá, talvez um dia eu me torne famosa, quem sabe?

kkkkkkkkkkk

Até parece.

Mas seguirei meus devaneios mesmo assim...


Sabe, (Ok, estou imaginando alguém na minha frente me ouvindo... ou lendo) eu sempre fui o tipo de garota sonhadora. Queria um amor verdadeiro, um conto de fadas com "Felizes para Sempre". O belo moço não precisava ter um castelo ou cavalo branco, pois gosto mais dos marronzinhos mesmo, sei lá, os brancos são tão... tão... brancos (kkk). Porém, ele tinha que ser alto (não me pergunte o motivo), bonito (não me julguem, eu era uma criança que via príncipes lindíssimos em todas as historias, queria o meu bonito também, quem nunca foi supérfluo que atire a primeira pedra ... não em mim, claro), romântico, culto, com perfeito estilo musical.

Quem diria que encontrei alguém que se encaixa em quase todos os requisitos... sim, o cavalo dele é branco... tristeza.

Oks, oks. Brincadeira (kks). Ele não tem o castelo e o cavalo... mas é alto, bonito (pra mim é e quem discordar acho bom pq olha pra outro, rs) O gosto musical não é perfeito, apesar de eu gostar muito das musicas que ele gosta, ele mal conhece minhas musicas favoritas! Mas sem crise, estou culturalizando ele. E ele sabe tocar, olha que lindo.

Ele é bem mais alto que eu, o que não é difícil, mas a altura é perfeita!! E aqui vai o grande clichê: é a altura ideal para ele me abraçar e eu ouvir seu coração.

Eu sei, romântico, arco-iris, etc etc... mas é a verdade. Amo os abraços dele, são meu porto seguro. Já passei por muitas coisas difíceis, momentos tristes e de desespero e a famosa angustia e insegurança. Mas nada me faz sentir mais segura do que ouvir o coração desse homem enquanto seus braços me protegem do mundo lá fora. 

Bom, ele é culto, do tipo que sabe de tudo um pouco. Os olhos brilham quando fala de algum assunto que gosta, e consequentemente, entende bastante.

E claro... o romantismo não ocorre sempre, acorda gente, vivemos no mundo real. Só recebi flores quando ele me pediu em namoro. Não tivemos um grande pedido de casamento, nem lembro quando decidimos nos casar. Mas la vem clichê outra vez... o romantismo está nos detalhes! Naquele "busca água para mim?" que as vezes nem preciso pedir, pois ele sabe que estou, ou estarei, com sede. No "bom dia" de manhã, ou quando é impossível sair de casa sem aquele beijinho de despedida. 

Mas o maior ato de amor, na minha humilde opinião, é dividir a comida (e o suquinho natural, obvio).


Porem nem tudo são flores...

Existem mais do que tudo os momentos de insegurança.

"Sera que me ama tanto quanto eu o amo?"

"Será que sou boa o bastante?"

"Será que sou um peso?"

"Será que ele se arrepende?"

Sempre tive crenças muito fortes, desde criancinha. Eu seria uma pessoa grande, com uma boa profissão, com muito dinheiro, uma casa com quintal enorme para meus pets brincarem, etc etc.

E caminhei pra isso, estudei muito e sempre tentava ser a melhor em tudo que eu fazia. Eu costumava dizer que meu marido teria que ser como eu, pois eu não me mataria de trabalhar para sustentar 'vagabundo' (isso vem de muito exemplos, até familiares, que tive na minha vida).

Por causa do ambiente em que fui criada, aprendi a não aceitar desaforo de ninguém. Eu era uma criança forte, com a mente sempre a frente da minha idade, o que surpreendia muitos. Mas por trás de todo prodígio, tem uma historia triste. (não sei se é verdade, só gostei da frase de efeito).

Por causa do meu empenho, ganhei bolsa em um colégio particular, me formei com honras e até tive meu nome em uma faixa como uma das alunas que gabaritaram o simulado do ENEM. Mas só Deus sabe o que estava por trás disso.

Eu tentei por muito tempo, mas nunca consegui um emprego que não fosse telemarketing. (E paro aqui pra dizer que admiro de todo coração as pessoas que trabalham nisso, pois eu só durei um dia e voltei chorando pra casa e pedi demissão no dia seguinte). Até de "Vagabunda" tive que ouvir meu pai gritar para os quatro cantos da terra ouvirem (não conseguia nem passar por meus vizinhos). Tive que ouvir que estava me formando nas costas dele, o que não é verdade! Eu estudei o ensino fundamental em escola publica e ganhei bolsa para o ensino medio. Fiz minha faculdade todinha pelo FIES (o que rendeu no meu maior problema hoje, uma dívida de 80k) e nem o transporte ele pagava pq corri atras do passe livre!

Mas quem se importa com os argumentos de uma menina, que nunca trabalhou, que mora com os pais, que foi sustentada a vida toda?

Eu juro, nunca parei de tentar, sou formada em Engenharia. Meu sonho era ter um Mestrado em Matemática, mas abandonei esse sonho quando precisei encarar a realidade.

Em grande resumo, consegui um emprego numa agencia de marketing, e fiquei tão feliz em ganhar um salário minimo, pois isso ja permitiria que eu me casasse.

Mas com apenas meio ano de casada, eu precisei pedir as contas, por "N" motivos.

E desde então estou aqui, me sentindo um peso morto para meu marido, que sempre foi a pessoa mais bondosa e compreensiva comigo.

Não importa o que digam, eu me sinto uma inútil. Não merecedora de estar aqui com ele, nessa casa que não é minha, comendo o que não comprei, vestindo o que não paguei.


Nada nem ninguém é perfeito. Apesar de meu marido ser maravilhoso, claro que brigamos, somos humanos, com pensamentos e personalidades diferentes. O que é obvio para mim, não é nem sugestão para ele... e vice versa.

Mas, eu nunca sinto que tenho o direito de estar certa, eu me sinto um peso, um monstro.

Eu sempre acabo cedendo... 

Claro, ele é incrivel! Mas muita coisa me machuca e sinto que não tenho o direito de dizer nada.

Quantas noites chorei com meu travesseiro e minhas pelúcias...

Quantos dias liguei o chuveiro para ninguém ouvir meus soluços...


Eu também quero ter... sei lá.... direito de ser feliz?

Por que não me sinto merecedora?

Por que um emprego, uma carreira e tudo o mais é tão importante para mim?

O que mais eu posso fazer, se todo meu esforço para alcançar essas coisas não foi o bastante?


Deus? Eu acredito Nele, e tenho fé. Mas as vezes penso que Ele me abandonou.

Claro, ainda tenho esperança, ainda espero o milagre.

Mas não posso só esperar tudo cair do céu, né?


Estou cansada, esgotada, psicologicamente falando.

Ja tentei empregos de garçonete (que é onde tenho experiencia por fazer bicos em buffets por muitos anos). Ja tentei artesanatos. Já pedi em comércios locais. Já implorei indicações.

Por que a porta não abre????


Sei lá... talvez eu pense demais e por isso não consigo dormir (Foi o que minha pediatra disse, quando eu tinha uns 5 anos)


Pois bem, essa é só uma conversa (comigo mesma, pelo visto kk) para passar o tempo dessa looonga madrugada acordada, como tantas outras antes e certeza que muitas do futuro.


A vida pode ser bela as vezes.

Coisas simples me deixam feliz... por exemplo, hoje às 5h da matina eu estava no portão vendo o nascer do sol, a brisa fresquinha no rosto, a claridade iluminando a rua vazia e, sei lá, mesmo com tanta favela ao redor, foi bonito e gratificante. Meu sonho na vida é presenciar esse momento em uma bela montanha (amoo montanhas, alpes, etc), sem pessoas ou barulhos irritantes. Só a bela vista, a brisa suave, as cores surgindo aos poucos no ceu sem os predios altos e feios para cobrir.

Só eu... esquecendo a vida de adulta por um tempo e apreciando a beleza que o mundo pode oferecer.


Sei lá, só queria desabafar. Ter alguem para conversar nessas longas horas sozinha.

Gostei daqui, talvez eu volte.



Com.. hã... duvidas e devaneios.

Atenciosamente

Eu.



Sei lá

 Eu não sei o que é um Blog, nunca escrevi em um e confesso que também nunca li. Sei lá, eu precisava de um lugar para escrever, está escuro...